Verdades sobre saúde bucal I.
Revendo alguns artigos recentes sobre saúde bucal, inicio esta série de recomendações, envolvendo aspectos relacionados com o tema.
1.> Está cada vez mais claro, para a população e área médica atenta, as correlações entre saúde geral e saúde bucal. Sabe-se que inúmeros problemas de saúde tem relação direta com a saúde bucal. Normalmente que cuida mal de seu corpo também está com a boca mal tratada, podendo inclusive ser da boca o início de diversas patologias orgânicas.
2.> Não devemos comer doces e alimentos ou líquidos com açúcar. O que realmente importa para a saúde bucal, não é a quantidade de açúcar ingerida, mas sim o tempo, que o mesmo permanece em contato com o interior da boca.
Isso serve também para os líquidos açucarados, cítricos e isotônicos. Todos estes itens desmineralizam o esmalte dentário, se consumidos diariamente aumentam seus poderes destrutivos, na medida que ficam mais tempo em contato com os dentes. Lembre-se, após o consumo destes tipos de produtos cariogênicos, deve-se apenas enxaguar a boca com água, e somente após uns 30 minutos depois do término do consumo, devemos escovar os dentes. Veja em: http://www.edutavares.com.br/2009/05/erosao-dentaria-i/ para obter informações complementares.
3.> Os dentes de leite não são menos importantes que os permanentes. É lamentável que alguns pais ainda tenham esse entendimento, sobre os cuidados com a saúde bucal das crianças.
A diferença é que essa primeira dentição tem uma vida útil menor que a permanente, mas deve cumprir todo o ciclo que lhe é cabida. Uma das condições primordiais para que a dentição permanente erupcione com saúde ,é a ausência de doenças nos dentes e gengivas da criança. O ideal é que os dentes de leite “caiam” no tempo certo do permanente “aparecer”.
Qualquer alteração deste ciclo natural e ou alguma patologia bucal pode comprometer a saúde dos dentes permanentes, sem falar da parte orgânica da criança que também é afetada por doenças bucais.
Acabou o tempo de pensar e imaginar que um problema dentário restringi-se apenas a boca.
4.> Não escovar bem os dentes, passar o fio dental de vez em quando, mas bochecho muito, com estes colutórios do mercado. Com certeza quem faz disso uma regra, terá cárie e doenças gengivais.
Quase que a totalidade destes enxaguantes bucais devem ser usados após a higiene bucal. A partir dessa indicação, é fácil imaginar que esses produtos destinam-se a prevenção e não tratamento. A placa bacteriana é bem melhor controlada por remoção mecânica, entenda atrito; sua remoção química é de pior qualidade e ainda gera divergências na comunidade odontológica. O mais correto ainda é fazer uma boa higiene bucal para depois usar-se os enxaguantes bucais com uso indicado pós escovação.
O controle da placa bacteriana por meio químico, tem indicações precisas, atrelado a um acompanhamento profissional.
5.> Algumas doenças como diabetes e osteoporose afetam a condição bucal. Sabe-se que o corpo está inteiramente ligado em suas mais diversas funções e ações. É nosso sangue que carrega tudo o que temos de bom ou ruim. Comente com seu dentista, em caso de doenças, quais são suas condições.
6.> As cáries não são problemas apenas dos jovens. O que ocorre é que há uma variação do local e do tipo de cárie que ocorre no adulto e no idoso. Com certeza com a idade vamos adquirindo uma maior resistência as bactérias cario gênicas, mas outros fatores como secura bucal, uso de medicamentos, restaurações, próteses com excesso ou falta de material, infiltrações nas restaurações e próteses, doença gengivais, podem resultar em cáries que no adulto, tem mais predileção na região das raízes.
Um outro fato corriqueiro, é que principalmente os idosos, frequentam muito pouco os consultórios odontológicos, para fazerem prevenção. Os procedimentos de profilaxia e flúor, deveriam ser executados de 4 em 4 meses nos idosos com boa saúde bucal. Esta periodicidade é considerada normal diante de minhas observações com idosos.
7.> As próteses e implantes são para sempre; devem apenas serem avaliadas ou “mexidas” diante de um problema. Esta afirmação é completamente equivocada. Nenhum tratamento deve ser esquecido. Não há como garantir que o tratamento executado, possa durar muito tempo sem algum tipo de manutenção.
Estes esclarecimentos devem ser feitos de forma clara para o paciente, o qual deve comparecer as consultas de rotina, para averiguação e manutenção na qualidade dos trabalhos, bem como de sua saúde bucal.