Lealdade.
O que há conosco?
Desde criança ouvi que para sermos felizes, deveríamos ser coerentes com nossas atitudes; deveríamos acreditar naquilo que estávamos fazendo.
Deveríamos, dessa forma, agir conforme nossa consciência, certa ou errada, mas de acordo com aquilo que aprendemos, absorvemos e acreditamos. Assim, estaríamos sendo leais conosco.
Pois é, mas agora quase tudo é variável. Nossos conceitos, atitudes e modos variáveis de agir, indica que não dá mais, para sermos tão seguros com nossas convicções.
Bom até aí pelo que sei isso nos faz pessoas mais tolerantes e muitas vezes politicamente corretas.
Uma chatice!
Estamos sendo leais com nosso coração e nossos pensamentos? E aquilo que é a nossa verdade, a verdade de cada um, como fica?
Nossas crianças crescendo e vendo uma tremenda falta de coerência…
Já é tempo de voltarmos a ser leais conosco. O mundo tem mudado e nos exige uma capacidade de adaptação enorme, mas aceitarmos algo que não foi nos apresentado como correto, coerente e leal aos nossos ideais, é demais! O peso destes desencontros internos pode ser alto para quem ainda reflete.
Pergunte-se: tenho sido leal comigo mesmo?
A resposta deverá ser: nem sempre. E de nem sempre ou de vez em quando, vamos nos traindo, nos iludindo frente a coisas que não gostamos, mas aceitamos; coisas que pensávamos, nunca faríamos, mas estamos fazendo. Nem vou me estender muito, mas fica difícil posicionar-se, encarar em pé a todos aqueles que reprovam o que você acha disso ou daquilo.
De alguma forma, você acaba meio de lado, sabem como é…
Hoje vemos jovens procurando salários e não carreiras, amizades convenientes e não verdadeiras (será que ainda existe?), trocas e mais trocas…
Tudo isso irradia para o corpo e para a alma. Alma ainda existe sabiam disso!
E é a partir do estado dela que percebo pessoas envelhecendo com boniteza tal. Conforta-me saber que há quem adquire sabedoria e usa isso na arte de viver bem.
Já faz um tempo que assisti ao filme: “A invenção de Hugo Cabret”, que além de ser uma história extremamente comovente, traz a imagem de uma criança perseverante, leal com aquilo que aprendeu de seu pai.
Dentre os muitos diálogos, há um que me chamou a atenção e cabe neste post:
“Se você perde seu propósito… é como se você estivesse quebrado.”
A Invenção de Hugo Cabret: