Hidrogel

Hidrogel pode substituir cartilagem.

Devido à sua condição avascular, a cartilagem articular apresenta baixa capacidade de auto-reparação e, quando lesada, dificilmente se regenera. Atualmente, há grande interesse no desenvolvimento de materiais e de suas aplicações, sustentadas por técnicas de engenharia tecidual, que possam substituir e até estimular a regeneração da cartilagem articular. Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento desses materiais, pesquisas são desenvolvidas no Laboratório de Biomateriais em Ortopedia, do Núcleo de Medicina Experimental da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. A bióloga Ana Amélia Rodrigues testou biomateriais compostos de hidrogel de polivinil álcool em ratos com lesões na cartilagem articular.

Os resultados do estudo, que fundamentaram tese de doutorado defendida na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec), indicam que o hidrogel de polivinil álcool puro, quando recebe a adição de nanopartículas de carbono, pode ser um excelente substituto da cartilagem articular, também chamada hialina. O trabalho avalia o uso do hidrogel de polivinil álcool associado a duas diferentes nanopartículas de carbono quando implantado em defeitos osteocondrais de ratos Wistar. Com caráter interdisciplinar, o estudo foi orientado pelo engenheiro elétrico Vitor Baranauskas e coorientado pelo médico ortopedista William Dias Belangero, professores da Unicamp. Recebeu financiamento do CNPq, Fapesp e da Capes e contou com a colaboração do Laboratório Nacional de Luz Síncrontron.

Leia o artigo na íntegra.

Fonte: Jornal da Unicamp.

http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2011/ju499_pag4.php#

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Hidrogel para tratamento de enxertos ósseos.

A solução para o preenchimento de defeito ósseo, especialmente o da região da face, pode estar em um hidrogel à base de biomateriais como a quitosana e a hidroxiapatita.

O hidrogel mistura um teor de componente inorgânico (a hidroxiapatita) e um teor de componente orgânico (a quitosana) similares aos encontrados no osso humano, no qual o componente orgânico corresponde a diversas proteínas, majoritariamente colágeno.

A inovação é fruto do trabalho de Geovanna Pires e Valéria Pagotto Yoshida, do Instituto de Química da Unicamp.

O hidrogel pode ser preparado de diversas maneiras, desde a forma de um gel úmido, com resistência suficiente para ser manipulado e fracionado em um eventual implante ou para a realização de preenchimento de defeito ósseo, sendo que nesse caso ele pode ser preparado como um material esponjoso e rígido.

Por ser manipulável, é um forte candidato ao preenchimento. “Temos portanto um material nas duas formas”, descreve Yoshida.

Ele também pode ser preparado na forma de um xerogel, ou seja, um gel seco, poroso, com estrutura bem-definida, que poderia ser utilizado como arcabouço para processos de engenharia de tecidos.

Após a obtenção do hidrogel, ele é cortado pelo cirurgião – médico ou dentista – no mesmo formato da falha óssea, como a de uma fratura, por exemplo, com o objetivo de preenchê-la. A peça então preparada assumiria a forma exata para que pudesse ser devidamente implantada no local.

A pesquisadora revela que a aparência do hidrogel lembra a de uma cartilagem, enquanto intumescido em solução de fluido corpóreo ou em solução que pode conter medicamentos importantes no momento do implante, capaz de atuar como matriz temporária para auxiliar na proliferação celular e na deposição da matriz extracelular, para a troca progressiva do biomaterial por uma estrutura regenerada e reconstituída.

Quando seco, parece um osso. Mas é diferente dos materiais atuais, que já são encontrados em pedaços sólidos e não moldáveis, os quais, quando usados para o preenchimento de falhas ósseas, precisam completar os seus vazios com uma pasta auxiliar. O gel do estudo desponta como um material único, que elimina totalmente a necessidade dessa pasta.

Geovanna Pires explica que a durabilidade do hidrogel ainda não está esclarecida, o que demandaria testes in vivo. No trabalho, a pesquisadora fez os testes apenas in vitro. Isso porque, enquanto era desenvolvido o produto, salienta Yoshida, ocorreu uma mudança na legislação dos biotérios e, por isso, houve grande dificuldade de acesso a animais para levar adiante esta etapa.

Leia o artigo na íntegra. 

Fonte: Diário da Saúde.

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=hidrogel-biomateriais-implantes-osseos&id=6292

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