Ação do Própolis na Odontologia.

O professor de patologia bucal da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Vagner Rodrigues Santos, tem realizado estudos dos efeitos do própolis verde em micro-organismos que causam lesões na boca, como gengivite, candidíase, cárie, aftas e herpes. Inicialmente foi feito um trabalho com extrato alcóolico e gel de própolis em pacientes portadores de candidíase bucal. “O resultado mostrou-se eficaz quando comparado com outros antifúngicos usados para esse tratamento”, revela Santos.

A pesquisa conta com a participação de mestrandos e docentes da unidade, alunos de iniciação científica, professores do Departamento de Química, do Instituto de Ciências Exatas (Icex), da Escola de Farmácia e da Faculdade de Odontologia. Há dois anos, o grupo passou a oferecer atendimento especial a pessoas com câncer de cabeça e de pescoço que têm disfunção provocada pela radioterapia, conhecida como “boca seca”, caracterizada por pouca ou nenhuma produção de saliva. Segundo o professor, a saliva protege a boca e controla o crescimento exagerado de micro-organismos potencialmente patogênicos. Se ela existe em quantidade insuficiente, a pessoa pode desenvolver mucosite (inflamação da mucosa) com sobreposição de outras doenças, como a candidíase bucal, popularmente chamada de sapinho. “Esse quadro deixa o paciente mais vulnerável. Ele sente dor até mesmo quando fala ou se alimenta”, diz Santos.

Para aliviar o mal-estar, o grupo de pesquisa criou um gel à base de própolis que lubrifica a boca e traz conforto. Os resultados mostram que pacientes submetidos ao processo não desenvolvem mucosite, e, quando ela já existe, a complicação regride. “Em muitos pacientes, quando aplicamos o gel, a mucosite desaparece em até uma semana. E quando o gel é aplicado antes da radioterapia, a inflamação nem chega a aparecer. Isso se justifica pelos efeitos analgésico, anti-inflamatório e antimicrobiano do própolis”, diz o professor.

O grupo também já fez uso do própolis contra a cárie. Foram identificados 14 extratos de própolis disponíveis no mercado de Belo Horizonte, vários deles provenientes de outros estados. As amostras foram utilizadas em testes in vitro para combater os micro-organismos patogênicos. Os experimentos mostraram que todas eles eliminam e inibem o crescimento desses micro-organismos danosos à saúde bucal em maior ou menor grau.

O professor conta que foi feita uma pesquisa com alguns voluntários com alta susceptibilidade a cáries. Por motivos que podem envolver genética, questões sociais e hábitos de higiene, essas pessoas têm entre 100 milhões e um bilhão de bactérias na boca, número suficiente para causar cáries. Quando elas utilizam o gel e o enxaguante bucal à base de própolis por 20 dias, esse número cai para entre 10 mil e 100 mil.

Leia o artigo na íntegra.

Fonte: Diário de Pernambuco.

http://www.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/nota.asp?materia=20110627084942.

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