Mês: fevereiro 2009

Fluorose I.

Este artigo visa apenas alertar que o flúor é importante para a manutenção do controle de cárie num indivíduo mas, quando usado da forma certa. Sabemos que passamos diariamente por processos de desmineralização e remineralização dos dentes. Fato que se deve basicamente ao que comemos, bebemos, condição salivar e o que usamos em nossa higiene bucal diária.


 

Vemos em algumas crianças e adolescentes fenômeno chamado de fluorose, que se deve a um excesso de flúor no dia a dia.

 

A fluorose tem com característica clínica manchas brancas nos dentes, podendo variar até em casos mais graves com manchas de coloração amarelada, marrom até quase marrom escuras. Podemos ter alteração da lisura do esmalte com formação de “cavidades” ao longo da coroa dentária, fazendo com que o esmalte até se "destaque" do corpo do dente.


 

Depois de instalada a fluorose e dependendo do grau de agressão causado há pouco o que fazer. Normalmente os tratamentos para fluorose consistem apenas na remoção das manchas através de abrasivos e nos casos mais graves a restauração dos mesmos.


 

Lendo sobre artigos sobre flúor fora da odontologia dá para percebermos, sem histeria, que tem muita gente que condena o uso do flúor até mesmo na água que recebemos em casa. Não cabe aqui entrarmos no mérito mas para curiosidade coloco a disposiçãoeste artigo dentre vários que li para termos maior conhecimento de tão importante substância e de quanto tóxica ela pode ser.

 

O que vale acreditar sem temermos por conseqüências drásticas é que o uso diário de pasta dental com flúor, colutórios, fio dental e as visitas periódicas ao cirurgião dentista é que vão garantir de forma geral sua saúde bucal. 

 

Há um grupo de pesquisadores da USP de Bauru que buscam desenvolver novas formulações de creme dental que seriam eficazes para fortalecer o esmalte com menos menos chance de causarem fluorose. Estes cremes dentais teriam uma quantidade de flúor menor e um PH mais baixo, entendam menos ácido.


 

Como sempre o bom censo é que deve prevalecer. Não adianta você ingerir complexos vitamínicos se não tiver carência deles. Não adianta beber litros de água sem precisar. Não adianta se entupir de flúor para não ter cáries. O que vale são os bons hábitos, sem milagres, apenas os bons hábitos.

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Halitose I.

Tema que traz um imenso tabu. Muitas pessoas tem a preocupação do mau hálito mas poucas são capazes de alertar a pessoa próxima a si sobre o mau cheiro da boca. E entendam, lendo uma matéria recente sobre o assunto o autor foi preciso, o diagnóstico mais eficaz é o nariz do outro.

 

Estima-se que 40% da população mundial sofra de mau hálito. Há referências milenares sobre o problema. Um fato curioso relata que há dois mil anos atrás o homem que após casar-se e caso nota-se que a mulher tinha halitose, ele poderia separar-se sem cumprir as cláusulas contratuais. Difícil é acreditar qual ser humano não tinha mau hálito naqueles tempos…

 

Dentre as mais de 60 causas que podem levar a halitose as mais comuns são:

 

1.> Falta ou diminuição da saliva: nós temos diminuição do fluxo salivar durante o sono e com a decomposição intra bucal de proteínas é normal acordemos com algum odor na boca. Esta halitose termina imediatamente após ingestão de alimento ou líquido. Outro fator que altera o fluxo salivar é o estresse, pessoas com alterações emocionais tem halitose. O uso de alguns medicamentos também traz alterações no fluxo salivar.

 

2.> Saburra lingual: costumo dizer que o dorso da língua é como aquele tapete da sala, peludo e cheio de espaços para proliferar o que quiser. A língua é composta anatomicamente por tecido piloso e cheio de irregularidades em sua superfície, ambiente quente  e úmido propício para a proliferação bacteriana. Saburra lingual é aquela película esbranquiçada que fica no dorso da língua, é cheia de bactérias que produzem gases malcheirosos. É a saburra lingual a campeã da maior incidência de halitose.

 

3.> Doenças bucais com a cárie e principalmente a doença periodontal: as cáries servem de abrigos para as bactérias onde a proliferação além de poder causar destruição do dente gera mau hálito. A doença periodontal traz normalmente um odor que na literatura é chamado de odor fético, causado pelos gases sulfurosos provenientes das bactérias que encontram-se no tecido mole (estrutura gengival) e duro (dente). Quem tem doença periodontal tem muito mais saburra lingual.

 

4.> Amídalas: algumas pessoas acabam tendo retenção de massa de cor amarelada no corpo da glândula que é formada por restos alimentares, saliva e bactérias. Sua remoção é complicada pois deve ser feita com cuidado para não machucar o orgão e a ânsia de vômito é muito comum por estar próximo do final da garganta.

 

5.> Estômago: muitas pessoas culpam a gastrite como agente causador da halitose. Na verdade hoje em dia se suspeita o contrário, a bactéria que causa a inflamação da mucosa do estomago (Helicobacter pylori) já estaria na boca e a partir deste desequilíbrio bacteriano é que surgiria a gastrite. Quem tem gastrite provavelmente já tinha halitose.

 

6.> Falta de higiene bucal adequada: no mínimo o que se espera de uma higiene bucal básica ou habitual é usar fio dental e escovar os dentes todas as vezes que se ingerir algo e um bochecho com algum anti-séptico bucal duas vezes ao dia. Há muitas pessoas que não gostam de usar o fio dental. Entendam, a área que o fio dental atua só ele consegue limpá-la. Brinco com alguns pacientes que usam bochechos indiscriminadamente por alegarem que não tem tempo para a higiene e "protegem-se" usando os anti-sépticos, que sem a devida higiene bucal é como passar perfume sem o devido banho. Está jogando tempo, dinheiro e o principal saúde bucal fora.

 

7.> Fatores diversos: doenças sistêmicas como a diabetes, insuficiência renal, problemas respiratórios, alterações orgânicas, fumo, álcool, drogas. Dando uma atenção maior para o diabético, ele pode apresentar um odor muito forte com cheiro de acetona, principalmente nas crises de hipoglicemia. É por isso também que pessoas que submetem-se a regimes ou ficam longos períodos sem alimentar-se podem exalar este cheiro também.

 

Hoje há especialistas na área que contam além da anamnese do paciente exames para ajudar no diagnóstico. A sialometria mede o fluxo salivar do paciente e a halimetria mede a quantidade de compostos sulfurados vaporizados presentes na boca. Estes dois métodos ajudam muito aquelas pessoas que tem fobia de estarem com halitose. Não há como ter mau hálito sem ter alterações positivas para halitose neste dois testes.

 

O tratamento consiste no diagnóstico preciso das causas e muita colaboração do paciente. O que cabe ao cirurgião dentista fazer será feito mas muitas vezes necessitamos de uma ou outra alteração de hábito do paciente. Será necessário que haja conscientização do paciente, caso contrário teremos dificuldades no sucesso do tratamento.

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