Transtorno Mental III.
Faz algum tempo, venho percebendo, que cada vez mais, as pessoas têm feito uso de medicamentos, para algum tipo de transtorno do comportamento.
Não vou me ater à lista das condições gerais, que nos tem levado a algum tipo de vazio interior, mas é claro que a forma como muitos estão conduzindo suas vidas, poderão chegar, a essa falta de não sei o que.
São seres perdidos num amontoado de gente.
Há um livro que, num trecho, relata bem essa nossa condição atual de vida:
“De uma forma ou de outra, a mulher trata sua depressão, só que do ponto de vista médico, com remédios. Até certo ponto, é correta a utilização de medicamentos porque a emoção é concreta, e causa uma série de alterações bioquímicas.
Mas não faz sentido corrigir a bioquímica e reprimir ainda mais a emoção.
O que precisa ser corrigido é a infelicidade da pessoa, fazer com que ela se solte para a vida.
Devemos eliminar as causas da infelicidade.
A grande maioria das pessoas ainda não tem condições de amar. Ainda não sabe o que é a vida. Perdeu-se, nos desvios e atalhos da história, o conhecimento e a integração com a natureza.
Como podemos saber o que é amar?
Estamos muito preocupados em conceituar o amor, seja entre homem e mulher, seja entre pais e filhos, esquecendo que ele é simplesmente o que se sente de dentro para fora.
Não há regras, muito menos emoção certa ou errada. Emoção é a sensação que preserva a vida e tem de ser recuperada no nosso caminho diário.”
Este trecho pertence ao livro “A paternidade faz a diferença”, do Dr. Wimer Botura Junior, e retrata a condição da família.
Apesar de o texto estar indicando uma mulher como figura principal, serve muito bem para todos, já que hoje, homens e mulheres acumulam tarefas e se sobrecarregam.
O que estamos fazendo de concreto, conosco e para nossa família, em termos emocionais?
Tal pergunta serve para refletirmos, em razão desta notícia que divido com vocês. E não precisaria fazer esta indicação de informação, basta olhar ao seu redor.
Segundo o post da FOLHA.COM:
A venda do ansiolítico clonazepam disparou nos últimos quatro anos no Brasil, fazendo do remédio o segundo mais comercializado entre as vendas sob prescrição.
Entre 2006 e 2010, o número de caixinhas vendidas saltou de 13,57 milhões para 18,45 milhões, um aumento de 36%. O Rivotril domina esse mercado, respondendo por 77% das vendas em unidades (14 milhões por ano).
O levantamento foi feito pelo IMS Health, instituto que audita a indústria farmacêutica, a pedido da Folha. O tranquilizante só perde hoje para o anticoncepcional Microvlar (em média, 20 milhões de unidades por ano).
Para os psiquiatras, há um abuso na indicação desse medicamento tarja preta, que causa dependência e pode provocar sonolência, dificuldade de concentração e falhas da memória.
Eles apontam algumas hipóteses para explicar o aumento no consumo: as pessoas querem cada vez mais soluções rápidas para aliviar a ansiedade e o clonazepam é barato (R$ 10, em média).
Médicos de outras especialidades podem prescrever o ansiolítico e há falta de fiscalização das vigilâncias sanitárias no comércio da droga.
Procurada, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não se manifestou sobre o assunto.
Para o psiquiatra Mauro Aranha de Lima, conselheiro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina), é “evidente” que existe indicação inapropriada do remédio, especialmente por parte de médicos generalistas, não familiarizados com a saúde mental.
Muitos pacientes, segundo ele, já chegam ao consultório com queixas de ansiedade e pedindo o Rivotril. “As pessoas trabalham até tarde, chegam em casa ansiosas e querem dormir logo. Não relaxam, não se preparam para o sono. Tomar Rivotril ficou mais fácil”, diz ele, também presidente do Conselho Estadual Sobre Drogas.
Lima explica que entre as medidas adotadas pelo Cremesp para conter o abuso no uso do remédio estão cursos de educação continuada voltados a médicos generalistas.
Na sua opinião, a precariedade do atendimento de saúde mental no país também propicia o abuso do remédio.
Leia o artigo na íntegra em: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/861768-venda-de-calmante-dispara-no-brasil.shtml